segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Ensaio sobre a cegueira....


Era um domingo em que fiquei deitado o dia todo...as quatro da tarde sai de casa e fui almoçar. Acabei, por conta do meu atraso e do meu confuso fuso horário, comendo num "sofisticado" shopping aqui perto de casa.

Era um domingo de muita preguiça,desses em que você nem quer pegar o jornal pra ler.
Na praça de alimentaçao do shopping vi uma senhora descendo as escadas rolantes. Apontei para um amigo dizendo: Olhe que senhora bonita! Ele achou que fosse deboche,tive que explicar a beleza da simplicidade como ela se vestia,a estranha maneira com que ela segurava sua bolsa e enfim cabelo,cor de pele e a cara cortada em rugas. Rugas de trabalho ao sol acredito. Naquele shopping com tanta sofisticaçao e estilo faltava a todos o que sobrava naquela senhora: personalidade. Não escondia em sua essencia quem verdadeiramente era.

Acabamos de comer e fomos para o espaço de cinema,nao daquele shopping mas um pouco mais abaixo. Entrei na livraria. Um delicioso sofá estava no canto da loja e meu corpo descansou ali enquanto meus olhos exercitavam naquele lugar. Tocava uma musica francesa na loja. Eu estava sem vontade de falar,sentado observava tudo e todos. Um senhor pediu um livro do Lacan...Outra moça comenta sobre o show da Madona que acontecera no Brasil. Pensei: pago pra nao ir a esse tipo de apresentaçao...nessa coisa tão superficial que é de fato a vida desta cantora. Um falso valor que ela cria na tribo dela...mas foda-se para o que eu penso. Eu falei foda-se??? Poxa era assim que de fato estava neste domingo. Mas a grande promessa era o filme que até entao planejei assisti-lo. Eu precisa terminar de ler o livro para assim entao ver o filme. Um filme que ja estava todo pronto na minha imaginação. Uma moça saiu chorando da sessão. Pensei ela saiu cega. Acredito que seja bom. Como ali mesmo pensei nesta questão das coisas apartir da nossa visão e do nosso poder de argumentação. Observando o comportamento deles a partir e o modo como relacionam-se uns com os outros,chego a concluir que as pessoas tornam-se realmente quem elas são, a partir do momento em que não podem julgar a partir do que vêem. O filme esta longe de ser o que está na minha cabeça...mas com certeza fortalece a minha idéia sobre o olhar do outro,a expectativa e de como estamos cegos diante de muita coisa.

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