sexta-feira, 6 de março de 2009

Sobre ficção e realidade


Planejamos coisas. O inesperado quase não tem oportunidade de entrar em nossas vidas por conta da nossa precisão em planejar. Parei bem na porta do avião. Parado me deu uma vontade de voltar. Não avancei, apenas pensava na possibilidade de uma tragédia. Tudo que eu havia planejado e realizado estava próximo ao fim. Nada mais fazia sentido nesses 30 segundos de paranóia. Entrei com o pé esquerdo, mesmo querendo pisar com o direito; um filme trágico passava na minha mente. Minha intuição duelando com a minha coragem. Nunca tive medo de voar, muito menos da morte. Durante esses segundos eu pensei na vida e na falta de coragem para se permitir ter medo. É de lirismo verdadeiro que preciso,não de adrenalina. Entrei,sentei e me permitir contemplar o mar e as nuvens no céu. Rumo à Belo Horizonte eu parti.

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