quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Sem aspas,digo o que penso.


Sinto que nem sempre o que existe é o que se pode ver. Há muito mais de invisível no que vive plenamente em nós.O que eu gostaria de dizer é que tirando as verdades imutáveis, os valores que não pertencem a todos e se tratando de vida tudo é sempre imperfeitamente mutável, tudo varia, tudo tem outro lado, uma outra cara, outro caminho. E tudo depende de como você quer enxergar e dizer para as pessoas.


Estava louco andando no shopping esperando a escrita chegar. Não havia criação, mas uma grande vontade de escrever me coçava a alma. Não conseguia ver ninguém e parava em frente as vitrines para pensar, sem prestar atenção aos produtos expostos. A escrita não se cria, ela nasce. No meio da tarde um e-mail me dizia algumas verdades pela desculpa de me cobrar algo. Respeito qualquer forma de pensamento. Lí várias vezes e tentei entender o que havia por trás de cada linha. Para além da cobrança de uma dívida. Em casa a vontade de escrever me provocava novamente. Eis então a tentativa:


É a  terceira vez que tento escrever alguma coisa, e no terceiro parágrafo me deparo com a falta de criatividade e apago tudo. Acho que algo se foi. Algo que me era extremamente caro se perdeu. É como se as idéias ficassem confusas e cada vez mais distantes. Uma paz interior que me ungia o corpo esvaneceu pelo ar. Vontade de sair louco pelo mundo em busca da reinvenção da minha vida.
Não quero continuar o mesmo ciclo anterior de desejos insólitos e toda essa teimosia e frivolidade pretendo abandonar. E não quero mais me jogar nos braços do mundo para curar coração partido.Quero ver se acho em algum lugar perdido sei lá onde. Quero a ordem correta das coisas do mundo. O lugar das minhas verdadeiras coisas. Quero ver se me acho refletido em qualquer coisa que não sejam os olhos de outro. Não gostaria de falar disso quando iniciei o texto. Não sei do que gostaria de falar. Na verdade as coisas que eu quero dizer ficam presas entre meu sorriso. Quero uma porção de outras coisas que preciso anotar pra não esquecer, e nunca anoto.Mas, das constatações que venho fazendo a algum tempo, a melhor sem dúvida é " sempre tem um dia depois do outro" E, sério, isso serve pra tudo. Tanto para as dívida do cartão de crédito quando para um término de uma relação. Só que diferente do cartão de crédito que só aumenta o valor da sua fatura, o término da relação tende a diminuir o valor que a pessoa em questão tinha(salvo exceções).Ouço claramente as batidas do coração leviano, que, como diria Paulinho da viola "trama em segredo teus planos, parte sem dizer adeus." O importante é que entre mortos e feridos salvaram-se todos. Escapamos ilesos do mergulho que demos em nós mesmos quando nos deparamos com um relacionamento.Estou com a escrita um pouco morta hoje. O valor que estas palavras têm se perdem no momento que deixam minha cabeça. Por que agora não há ninguém para tomar uma comigo, nem comer pipocas vendo filmes. Por que pra mim não há como medir o valor que tinha o coração que se ligava ou ao meu. Não há. Como medir o tamanho da dor ao me ver novamente como ser-humano que sou: sozinho, no lugar que chamamos de casa.







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