terça-feira, 16 de outubro de 2012

No meio do caminho havia uma bifurcação dos desejos

Sai do trabalho e pensei: ir pra casa ou comprar um livro? Fui direto pra livraria. Vontade de tomar um café e pensar um pouco na minha vida. Um pouco??? [risos]. Ando pensando demais na vida e nesse gerúndio doido, esqueço que a vida é um presente. Completamente cheio de probabilidades do acaso. É preciso dar um passo e se permitir. Soltar a  mão do corrimão da existência para curtir uma vida sem regras. É que com manual tudo fica muito mais fácil. Um certo passo a passo de como se sair bem na vida é algo que torna prático a vida de qualquer um. Algo como montar uma peça que você nunca montou, mas alguém pensou antes e deixou um legado. Com um manual de sobrevivência fica muito mais fácil fazer escolhas e errar menos. Temos essas bifurcações sempre no meio do nosso caminho. 

Aonde esse barco vai nos levar? Onde fica a hora H? Como atingir o ponto G? A vida é feita de infinitas escolhas. Há bifurcações pra tudo: certo ou errado; rico ou pobre; café ou leite; andar a pé ou ir de carro, ficar alegre ou triste; ler ou assistir TV; assistir TV ou navegar na internet; namoro ou amizade; casar ou comprar uma bicicleta; Jogar na Mega-Sena toda semana ou só quando for prêmio acumulado?  Começar um curso de inglês pela 95ª vez ou desencanar de vez? Deixar para sair na sexta ou no sábado? Parar de beber ou de fumar? Rio de Janeiro ou Salvador? Espanha ou Lisboa? Londres ou Tókio? Rio ou mar? Caetano ou Chico? Elis ou Gal? Xuxa ou Angélica? Ivete ou Cláudia Leite? Clarisse ou Virginia? Machado ou Guimarães? Clássicos ou os escritores best Sellers?

Existe uma quantidade infinita entre 0 e o 1. Existe a obra do destino. O inesperado. Coisas do acaso. A mão de Deus. A mão dos pais de santos. O segredo que a cigana nos contou. O palpite de mãe [esse quase não falha], aquele amigo  em uma mesma de bar dando  “pitaco” na nossa  vida dizendo o melhor caminho que devemos seguir. A intuição, que manda em nossa mente.   Os livros de auto-ajuda em todo canto “dizendo como vamos ser felizes”. Os aforismos dos filósofos. Os números de pacientes na sala de espera  do analista. Uma série de probabilidade para se tomar uma decisão na vida. Depois dizem que a escolha esta em nossas mãos. Viver  é simples.  Até por demais. Nós é que queremos mais e sempre mais nessa infinita vontade que nunca acaba. Ninguém quer viver as durezas do sertão, a vida sofrida no meio da vida seca. Ninguém quer ficar sem TV, internet, gás e água. Sempre queremos o conforto. Trabalhamos para suprir a indústria da publicidade. Somos alterados por esse processo de nos fazer ter o que nem pensávamos em ter. Injetam uma necessidade em nós. Parcelamos em 10 vezes. Comprar [suprir nossa carência] é uma maneira de existir. Quantos números ainda estão por vir? Provavelmente terão infinitos números no teu viver. E não daremos conta, apesar de que queremos sempre mais.Você deseja aquilo que não tem? ou já que vc não pode ter você não deseja? Nem Freud explica...

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