sábado, 20 de dezembro de 2008

A realidade inventada


O que eu gostaria de dizer é que eu não sei a forma das coisas, o tempo das coisas, o lugar , a ordem dos dias, a cor das faces. Eu não sei pra onde esse barco vai, em que porto ele vai atracar. Eu gostaria mesmo de dizer que as alegrias me são muitas e as tristezas infinitas. e por mais que eu tente negar eu devo dizer aqui, devo assumir, que todos os riscos que assumi, os lugares em que deixei de estar para hoje, estar dizendo que não existe verdade, são os lugares que construiram a minha personalidade e os lugares que eu construi.Não existe uma só verdade em toda a humanindade. Existe apenas a representação de muitas verdades universais. Quando criança costumavam me dizer que só as coisas que eu via eram verdade, costumavam me dizer que bicho-papão, cuca, e "véio do saco" eram apenas para enganar as crianças, eu era uma delas. Não me lembro de acreditar em papai noel, mas já ouví casos de crianças roubadas por "velhos do saco"Me lembro de ter fantasias como qualquer outra criança. e era duende, cachorro, sapo, amigo irmão, namorada. Eu podia e posso ser qualquer pessoa.O que eu tenho realmente de importante para dizer é que a confusão se tornou tão presente que às vezes não sei mais se o presente já acontece ou se ainda estou no passado. Mas essa confusão toda, esse entremes de detalhes sórdidos que estão ou que já estiveram na minha vida, me fazem ver que o mais importante é manter o fogo sempre aceso. Porque tudo muda o tempo todo.O que eu realmente posso dizer no momento é que o meu desejo não tem nome. Meu desejo é metamórfico, minhas emoções possivelmente controláveis. Minhas verdades estão sempre esgotando-se, se tornando mentiras. E eu sinto que nem sempre o que existe é o que se pode ver. Há muito mais de invisível no que vive plenamente em nós.O que eu gostaria de dizer, é que tirando as verdades imutáveis, os valores que não pertencem a todos. Em se tratando de vida tudo é sempre imperfeitamente mutável, tudo varia, tudo tem um outro lado, uma outra cara, outro caminho. E isso tudo depende de como você quer enxergar

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