quinta-feira, 23 de julho de 2009

Na ponte Rio - Niteroí


17º graus em Niteroi. O trânsito esta parado, aliás na ponte, sempre essa hora esta tudo parado. Chove e aproveito para escrever. Estou indo de taxi para o trabalho,para mais uma nova e boa jornada de trabalho. Meu olhar esta perdido e sem comprimisso com nada. Vou olhando sem ordem para as pessoas e arquiteturas. Ontem 3 pessoas foram vítimas de bala perdida. Já é comum isso no mundo. Não só aqui no Rio. Mas a roda continua girando e é preciso fazer vista grossa para as grosserias e injustiças diárias cometidas ao seu redor. Escrevo frases no vidro embassado do carro. Diante de tudo que penso, agora mesmo, me bateu a vontade de abrir a portar e pular no mar. Em plena chuva me atirar no mar gelado da baía. Sair desse caminho que leva todo mundo ao mesmo lugar. Onde o que importa é entrar de uma vez e ocupar seu lugar. Acabou-se o romantismo, isto é, acabou-se da maneira antiga. Saudosismos à parte, a era da comunicação globalizada já chegou e salve-se quem puder. Enterre-se na sua cova rasa, tranque-se na sua redoma, construa seu dique, crie seu castelo de cartas ou morra afogado em meio ao mar de gente. Afaste-se da multidão. Ou fique e preocupe-se com a gripe suína se quiser. Niilismos à parte o pior já foi feito, e não há como voltar atrás.


Quero alcançar outra direção. Pular de cabeça numa palavra nova,num dia novo para as coisas que me prendem de verdade. Sei que tenho muita coisa pra fazer no trabalho, tenho tantos livros pra ler, tantos lugares pra visitar. Mas o meu medo é da multidão. Afastem-se da multidão. O mundo é feito de relações que criam realidades palpáveis. Mas o que vale são as boas, as relações que somam, com pessoas que interessam. E acredite, está cada vez mais difícil encontrar pessoas que tenham algo interessante a dizer. Quando digo "afastem-se da multidão" me refiro a multidão que vaga sem saber pra onde vai.


Pausa: a cidade chuvosa, o vidro do carro embassado,o mar cinza.Toca a música de Chico Buarque (sem fantasias) e do nada a vida passa a ter outro sentido. Um gande sentido. Vale a pena amar.


Nem sei mais o que quero dizer. O que sei é que amar é a prova que vivo.

Um comentário:

Cláudia Campello disse...

Existe aldo de ausente me atormentando!...........
lindo isso. Lindo te ler!
adorei.
bjssssss♥;