terça-feira, 17 de novembro de 2009

De estar perto de você e entrar no mar




Ruas do Pelourinho, um show de Maria Gadú. Um coração cheio de esperança do que estar por vir. Entramos num belo casarão e da janela, o melhor da noite foi avistar a chuva caindo em sobrados antigos. A vida tava ali. Uma chuva bem gostosa, roubando o barulho daquela casa. Você ali comigo era, também, vida. Pernoitaria ali naquela casa para não cortar a inspiração.
Gosto do teu silencio e fico admirado com as tagarelices do teu olhar (teu olho que brilha e não pára). É pra você que decorei aquela canção. Uma luz forte abre o dia e me enche de alegria. E é tudo por dentro. Explodindo tudo e criando o que chamamos... Bem chamamos de que mesmo? É inexplicável o nome disso, sei que isso não tem nome. E não quero dar nome para esse sentimento que sinto. É coisa pra ser sentimento mesmo. É particular. O apego não quer ir embora, diacho... Ele tem que querer!

“Não sei, mas sinto, uma força que embala tudo
Falo por ouvir o mundo, tudo diferente de um jeito bate”

Precisava ficar tonto. A vida fica mais molinha. Fica mais leve agüentar a distancia dos meus queridos amigos mineiros. Não sinto falta de viver lá, mas saudade eu sinto. Eu amo Salvador, amo poder ver o mar desta cidade. Amo as coisas que você vem me mostrando e que de certa forma coloca um grande sentido em tudo na minha vida. O detalhe que meu coração atentou foi quando estávamos, já no estacionamento, saindo pra Baixa do sapateiro e você começou a cantar em francês:

Te oferecerei
Pérolas de chuva
Vindas de países
Onde nunca chove;
Escavarei a terra
Até depois da morte,
Para cobrir teu corpo
Com ouro, com luzes.
Criarei um país
Onde o amor será rei,
Onde o amor será lei

Já em casa, tonto e com você ao lado no seu espaço da cama. Ah como tem um sentindo você perto de tudo isso. Os dois demasiadamente cansados, lentos e a noite cessava ali para nós. A cidade estava toda lá fora, com pessoas falando sem ouvir umas as outras, sem parar procurando um lugar para encontrar fuga para suas frustrações, entrando e saindo de vários lugares, comendo coisas, antes que o dia acabe. Aquela coisa de querer compensar os dias perdidos. Aquela coisa de continuar tentando...
E assim essas lembranças me protege do nada e a vontade de querer sempre te encontrar protege a esperança do encontro.

Todas as cartas de amor são ou não,ridículas? (rs)

Um comentário:

Helena disse...

Voce não é e nunca foi ridiculo.
Falar de amor, do coraçao é para os especiais.. que tem essencia! Voce é uma essencia!!