quinta-feira, 18 de março de 2010

O pescador de botas


Sempre gostei muito de ler e de escrever. Isso é um fato. Mas o que me intriga é que ando sem muito disposição para ler e consequentemente nao me coça a vontade de escrever. Uma reviravolta comigo mesmo.

Nada de filmes cult, de filmes trash...nada de conseguir terminar os escritos de Barthes sobre teatro...nada acontece. Aliás, a vida ta normalzinha demais pro meu gosto. Pensei em passar uns dias numa fazenda orgânica aprendendo técnicas de cultivo em troca de trabalho no campo. Porque não?

Seria uma maneira de conhecer outros modos de vida. Vale a experiência: que tal ir ao interior pra ver senhoras serenas na janela? Que tal ver a vida passar devagar...o cachorro indo devagar... ler Drummond embaixo da sombra de uma manqueira. São vontades, apenas vontades pois a verdade é que tenho muito trabalho pela frente e muitas responsabilidades pra cuidar. Sou apenas uma mente presa num corpo dilacerado e a única coisa que faço é pensar. Acredito que tem mil coisas fantásticas acontecendo agora.
Vou dizer isso pra vc que esta lendo este texto: Esta acontecendo alguma coisa agora- encontre-a! Encontre agora apartir de onde você está.
A mocidade logo vai passar, a velhice deve logo chegar (se já nao chegou em pensamento) logo deve falecer...ora pois: vida deve morrer. Já sabemos o tanto de blá blá blá elaborado que tem nos livros de auto- ajuda. Tenho uma certeza comigo, uma pura certeza. O nosso sono tem que ser tranquilo. Precisamos cuidar da nossa alma para que possamos ter a capacidade de deitar e sonhar. E por mais profundo que possa dormir, sei que ninguém adentra no reino do meu sono. Sonhar nao custa nada.
Nosso objetivo nesse mundo é tirar algo do nada...
O que acontece neste espaço agora é a voz de Milton. Sinto me um priveligiado em ter contato com esse tipo de arte. A arte de saber apreciar o belo da vida. Tem muita gente que não está maduro o suficiente para gostar desse tipo de canção: Milton tem um cuidado com a canção, quando o ouço tenho a percepçao de uma cultura verdadeira. Não se pode fazer música por acaso...penso nisso toda vez que disponho a ouvir Milton e João. Nunca sei qual dos dois é o meu predileto. Sei que algo acontece agora aqui nesta sala. Estou aqui tomado por canções de Minas. Estou agora sozinho em casa, preparando um jantar pra uma pessoa, com a tv desligada. Essa é a minha maior vaidade, estou inchado agora cheio em mim.

Muito tranquilo, sem precisar da admiração, do amor e até mesmo da inveja das pessoas que estão lá fora.





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