domingo, 16 de maio de 2010

Para estar do lado sem pesar com a presença...


Não quero você. Quero o ideal.

Não quero ir, nem quero dormir. Quero-te aqui o tempo todo, o sonho. Não quero ler na tela suas declarações escondidas, entrecortadas. Tampouco quero a poesia concreta do livro. Quero sentir, quero a poesia abstrata e viva, aquela do olho, do brilho. Não quero ouvir. Quero participar. Da tua voz quero o sotaque, quero sussurros. Não agradecimentos descabidos, mas a alegria muda do reencontro inesperado. Não quero certeza, nem quero saber de nada. Quero descobrir, conhecer e ser desvendado. Não quero a desconfiança, o vazio. Quero a partilha, a troca, entendimento – o silêncio cúmplice. Aliás, nem isso. Quero barulho, música alta, sua risada ainda mais, quero diálogo, debate, briga. Não quero o prazer fácil, nem a espera. Não quero pedir, quero implorar, agora, com entrega. Não quero o medo, quero resposta. Não quero profundo, prefiro o raso clichê, o café da manhã na cama, conversas ao amanhecer. Não mais as mesmas quatro paredes, quero mais noites sob a lua, ouvir o mar e sentir a brisa.

Não quero a verdade, nem tantas mentiras. Só quero aquela única permitida, a paixão.

Não quero, eu preciso.

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