quinta-feira, 22 de abril de 2010

Ando muito completo de vazios


Lavei meus pés na beira do mar. Fui à praia hoje simplesmente para pensar um pouco na vida. Comecei a repetir e a repetir até começar a pensar diferente. Repeti que preciso de um foco e que a disciplina vai alterar minha realidade. Estou com os problemas clássicos da consciência, da ação, da identidade pessoal, da racionalidade e preciso resolver isso como desafio pessoal. Minha mente esta transbordando cabeça a fora.

Na praia hoje fui tomado por um azul sem fim. Pensei tanto nas pessoas razoáveis que estou convivendo... As coisas não querem ser vistas por pessoas razoáveis: Elas desejam ser olhadas de azul. Não quero ficar parado no mesmo ponto.

Saindo da praia a procura de um café. Desenhei uma cafeteria que não pude encontrar. Queria sentar e comprar um livro, sempre gosto de comprar livros e começar a ler a ficar pensando nos problemas da vida. É um vício que tenho de não pensar nos problemas. Lendo tiro o foco daquilo que possivelmente não me deixaria dormir. Então sentei na calçada do Suco 24 horas no largo da Mariquita no Rio Vermelho e pensei mais um pouco nos problemas que me afligem. Pensei que pensar é chato. Esse lance de penso logo existo é blábláblá, mas eu to nessa. Fui visivelmente feito pra pensar, toda minha dignidade e todo meu mérito, e todo meu dever consiste em pensar corretamente. Ora, a ordem o pensamento é de começar por si, e por seu autor sua finalidade.

Pensando colocarei fim a esse dilema que vivo. O melhor que tenho a fazer é me anular para algo tão desnecessário que tenta me provocar, me tirar do foco. Cada um sabe a dor e a delicia de ser o que é. Fiquei louco a procura de um bloco e uma caneta hoje. As palavras me puxaram... Preciso desperdiçar palavras para me conter. Sei que o nada toma conta do meu dia. Se deixar fico parado sem nada fazer. Meu caminho precisa fazer sentido, quero sentar com alguém com mais de 60 anos para apenas ouvir. Tenho o vento agora cantando uma música pra mim... a chuva faz percussão. Orquestra do tempo na varanda aqui de casa. Sou inteiro sendo metade, tentando resgatar a sensibilidade dessas pessoas não azuladas que aparecem na minha vida.

Esse papo já ta qualquer coisas. Palavra que usei me inclui nela.

2 comentários:

Helena disse...

Saudades do Antônio! Nada se compara ao amigo, as poesias, as conversas... Poxa como vc é especial pra mim...

CARLOS NONATO disse...

Sei do que você precisa. De Belo Horizonte e suas esquinas, seus bons cafés, gente alegre, bonita e um pouco complexa. Você sabe que acompanho seus textos, e antes você fazia ironias cotidianas e hoje nem objeto você está tendo para isso. Sei que a moldura de onde você vive é perfeita, mas os grandes quadros valem por suas formas e intenções, as vezes sem molduras são até melhores. Você tem raizes que não se adaptam a qualquer ambiente. Sei não, posso estar falando a maior besteira do mundo, mas a outra metade que te falta está aqui. BH é seu complemento!!! Beijãooooo e fique sempre bem. Você tem o dom das palavras e isso me faz muito bem.

Carlos Nonato.