segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Vida suave



Preciso lembrar, sempre, desse passarinho que todas as manhãs canta na direção da minha janela. É dessa paz que preciso para aliviar e combater o estresse que me corre a vida, toda vez que é preciso subir as escadarias da estação da Lapa [em Salvador]. Eu não sou menos feliz por isso, apenas é parte de um processo fundamental para desencadear em novas possibilidades de ver a cidade, de criar outros rumos, outras trilhas. Tudo acaba servindo de instrumento para algo novo. Uma coisa acaba desaguando em outra. Esse próprio texto era uma tentativa de escrever sobre o passarinho que aportou na janela aqui de casa e vem tomando outro rumo. Não era pra discorrer sobre a felicidade...

 Preciso entender que a felicidade é relativa... Ela não é algo concreto. Ela é esse passarinho que me visita todas as manhãs... Ela é a compra de um livro novo...ela está na paz que encontro quando a minha casa está toda limpa, com cheiro de lavanda... Ela é o  café nas tardes soltas e cheias de música. Nas conversas com meus amigos na praia, num jantar, nas cartas escritas a mão que ando recebendo [mesmo em tempo de redes sociais].

Preciso me lembrar dessa castanheira que tem bem em frente a minha janela e que hospeda esses pássaros que bicam a janela parecendo querer chamar minha atenção. Isso parece um milagre. Ando tendo menos ansiedade.
Antes ia até a janela e minha mente me obrigava a gritar assim para alguém: Quem vai me fazer feliz? Qual trabalho vai me fazer feliz? Existe um lugar pra eu ser plenamente feliz? Eu preciso ter carros e o que mais pra me sentir feliz? [sim, vivi por 2 meses esses questionamentos]

Eu quero a vida suave, em câmera lenta nos momentos em que estiver perto do mar, ou segurando a tua mão, no momento em que estiver dormindo ao teu lado, no momento em que estiver na página de um romance bom... Ninguém lá fora poderia me dar essa tal “felicidade”. É simples mentir pra si mesmo. Fingir um amor, criar uma falsa rotina, dizer nas páginas do facebook que tudo anda a mil maravilhas...

A resposta veio do processo que toda essa dor me causou e que pensei que  ninguém pudesse me dar a resposta. A vinda de Helena à essa casa [com uma outra intenção] trouxe o esclarecimento de algo que, até então,ninguém conseguiu  me fazer perceber. Logo eu que tento ser racional e prático em tudo, pelas experiências que passo teria que saber me comportar diante dessa crise foda. A maneira que estou me comportando com a minha fala e com a minha mente. Eu sempre tentei poupar as pessoas e mal sabia que o maior prejudicado nisso tudo era eu...

Sim, Helena nessa casa nós somos verdadeiros cometemos erros e pedimos desculpas, damos uma segunda chance e  amamos, nos divertimos e distribuímos beijos e abraços. 


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