A operadora de celular me enviou uma mensagem dizendo
que você já estava disponível para atender ligações. Isso exatamente as
01h21min da manhã de domingo. Tentei por tantas vezes, durante a semana entrar
em contato pra saber como estava. Tentei pela razão de ter me dado novos
números que, possivelmente, conseguiria falar contigo com mais certeza. Se não
me desse tal abertura, com certeza, não entraria em contato.
Precisava saber se, depois de quase duas semanas
completas, estava bem. Se estava estudando, se já estava trabalhando, se tava
trancafiado estudando no quarto ou se
estava pela casa conversando com sua mãe. Pensei em ligar pra tua mãe. Pra
perguntá-la secretamente se andava tudo
bem contigo, se você precisava de alguma coisa. Pensei, até mesmo, que poderia
estar com outro...

E morrer?
Pensei em me hospedar no mar essa semana. Pensei em
colocar um fim nessa vida de poucas recompensas afetivas. De querer inventariar qualidades a
tua pessoa. De querer ler a bíblia e entender a palavra de Deus. Tudo sofre
tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
[1 Coríntios 13:7]
Pensei que ter você por perto me traria a segurança
necessária para eu entender que são apenas dois seres que não conseguirão
seguir juntos. E que dependendo da palavra mais linda dita na hora certa, minha
alma iria se aquietar. Iria entender a razão que não correspondem aos fatos.
Você, de fato, nunca se preocupou comigo. Dono de um egoísmo tão doce e tão
cruel parece querer seguir sozinho.
"ajeito minhas asas, largas, para que caiba. para que não machuque ninguém.
e você chega, você tenta, mas minha liberdade te afasta" [sic]
De que vale ter a sensibilidade de ouvir pássaros. De
sentar na beira da praia pra admirar o mar e ver o por do sol. De extrair a beleza na cidade, de não reclamar do
trânsito, de que vale ser generoso com todos, aberto a todos, se a minha alma
inquieta, louca quer apenas compartilhar essas felicidades com uma única pessoa? Como acalmar essa alma, como mostrar a
ela que não existe a menor condição de você viver ao meu lado? Essa minha luta
com essa alma aflita que não me permite sair de casa, não me deixa ver mais nada. Que não me faz preocupar com que roupa usar, com a barba que cresce e o cabelo por fazer, que não me exige postura ao sentar e a falar com as pessoas apenas com os olhos. De não dar atenção ao moço do caixa, que religiosamente todos os dias pergunta se eu estou bem. Apenas balanço a cabeça querendo dizer que sim. Mesmo ele sabendo que não.
Um clarão que se abriu e me estremeceu desde o dia em que te vi.
Um clarão que se abriu e me estremeceu desde o dia em que te vi.
O meu corpo já não treme
mais... Ele conhece o teu corpo. Se sente em casa. Ele se apruma aos teus
beijos e abraços. Se sente confortável. A minha alma é que não consegue parar
de tremer em busca de uma paz que não sei mais
onde encontrar.
Sei que você é mais belo de longe do que perto de mim.
Ainda que eu falasse a
língua... [bem isso também é clichê... tsc!]
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