domingo, 11 de outubro de 2009

O que parece estático, espera.


Dormi ontem ouvindo o barulho da chuva. Casa completamente escura e a janela do quarto permaneceu aberta para que o vento pudesse fazer sua ronda. Não que eu queira fazer com que Salvador pareça com Belo Horizonte, é ridículo isso, contudo ontem dormir acreditando estar na linda Beagá.

Acordei ainda com o barulho da chuva. Eram pingos melódicos numa manhã cinza. Vontade de preparar café ouvindo jazz. O cheiro, os amigos reunidos num café o entusiasmo de Soninha para sair em finais de semana, enfim, tudo isso amanheceu comigo. Soninha e eu ainda vamos viver coisas que estão pra nós lá na Europa. Sinto isso forte. É um pensamento tão bem colorido dentro de mim. A coisa mais fina do mundo é o sentimento. É muito forte tudo isso que sinto agora. São fragmentos de momentos que vivi; momentos no Café com Letras com meus amigos e com a magia gostosa das noites daquela cidade.

Ando lendo muito Adélia. Bagagem anda sempre comigo. Às vezes andando estou lendo. Deixo a palavra me encher a alma. A palavra é disfarce de uma coisa mais grave, surda-muda, foi inventada para ser calada. Manhã de domingo, chuva, música, café e poesia. Pensamento só faz viajar pra minha casa... Era nessa hora que minha mãe começava a preparar o arroz, feijão, angu e taioba com ora-pro-nobis. Já à tardinha desse mesmo domingo sentávamos nos fundo da casa com faca e uma bacia de laranjas. Era uma tarde toda rindo e contando casos bobos da vida. Tudo com muita cor e muito cheiro. Alimentada a casa, os amigos ali presentes e a alma que enxerga longe. Basta eu fechar os olhos e tudo aparece. É muito sô e bons uai.

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